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Entre o Sono e o Sonho

O simbolismo do rio, do fluir das suas águas, é ao mesmo tempo o da possibilidade universal e o da fluidez das formas, o da fertilidade, da morte e da renovação. A corrente é a da vida e da morte. A descida para o oceano é a reunião das águas, o regresso à indiferenciação, a subida é evidentemente o regresso ao princípio., a travessia é a dum obstáculo que separa dois domínios, dois estados. O mundo dos sentidos e o mundo dos sonhos.

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Passa neste poema a ideia de fragmentação e de divisão. São estes dois fortes alicerces, a fonte da angústia da jovem quando analise a sua própria vida. Se por um lado a sua personalidade é marcada por um forte idealismo, um forte "sonhar", ela é também dominada por uma fraca capacidade de concretizar esse sonhar em realidade. Ou, por outro lado, é o "sonhar" demasiado intenso sequer para poder ser concretizado - é demasiado inalcançável.

Com base nesta obra de Fernando Pessoa foi construído esta narrativa audiovisual experimental feita pelos alunos do 1º ano da licenciatura de Multimédia da ESMAD (Escola Superior de Media Artes e Design). Apesar de ter sido destacado para fazer as filmagens e edição, eu e os restantes elementos do grupo ficaram responsáveis pela pré-produção do projeto.

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A nossa ideia principal era contar uma história em Vila do Conde, a cidade que nos tinha acolhido no nosso ano académico. Apesar de termos construído um roteiro e um storyboard, sentíamos que o nosso projeto ainda não estava bem definido. Foi na pós-produção que conseguimos construir uma narrativa, e após várias análises e propostas diferentes, vimos que o resultado era algo conotativo, e que a essência da diegese estaria naquilo que era sugerido ao leitor, que cabia o papel de interpretar a sua maneira.

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